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Lula exalta democracia, brinca com apelido do "ministro Xandão" e diz: "Ainda Estamos Aqui"
Noticias
Publicado em 08/01/2025

"Eu nunca conheci um ministro do Supremo Tribunal Federal que tivesse um apelido dado pelo povo, que é o nosso Xandão". A afirmação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no início do seu discurso na solenidade para lembrar os acontecimentos do 8 de janeiro, arrancou muitas risadas e aplausos das pessoas presentes ao Palácio do Planalto. Lula comanda a cerimônia do 8 de janeiro, que contou ainda com a entrega de obras recuperadas.

Em discurso na cerimônia, Lula brincou com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), uma das autoridades presentes no evento desta quarta. Moraes foi um dos mais aplaudidos pelos presentes ao evento dentro do Palácio quando teve o nome anunciado pela locutora oficial.

"Tenho 79 anos de idade, já vivi muito vendo a vida da Suprema Corte brasileira, e nunca conheci um ministro da Suprema Corte que tivesse um apelido dado pelo povo, chamado Xandão. É um apelido que já pegou. E desse apelido você nunca mais vai se libertar, e não adianta ficar nervoso porque ninguém vai parar de te chamar de Xandão", disse Lula sobre o ministro do STF. 

A solenidade do 8 de janeiro não contou com a presença dos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do STF, ministro Luís Roberto Barroso. Pacheco foi representado pelo vice-presidente, senador Veneziano Vital do Rego (MDB-PB), a Câmara teve como representante a deputada Maria do Rosário (PT-RS), e Barroso enviou em seu lugar o vice-presidente do STF, ministro Edson Fachin. 

Antes de seu discurso, durante a fala do senador Veneziano, o presidente Lula se levantou de sua cadeira e teve uma rápida conversa com o ministro Alexandre de Moraes. Já na hora do pronunciamento, o presidente voltou a se referir ao "ministro Xandão" ao lembrar do plano, revelado pela Polícia Federal, que envolvia o assassinato deles dois e do vice Geraldo Alckmin após as eleições de 2022. O plano foi descoberto na investigação da PF sobre a trama golpista, quando foram indiciados o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 39 pessoas.

"Escapei da tentativa junto com o Xandão e companheiro Alckmin de um atentando de um bando de irresponsáveis, aloprados, que acharam que eu não precisava assumir a Presidência depois do resultado eleitoral e que seria fácil tomar o poder", disse Lula.

De forma indireta, o presidente Lula, no seu pronunciamento, rebateu as notícias de que o ato estaria "esvaziado" por conta das ausências dos presidentes do Senado, da Câmara e do STF, além de grande parte da cúpula das duas casas do Congresso.  

"Um ato de defesa da democracia brasileira, mesmo que tiver um só cara, uma só pessoa, em uma praça pública, em um palanque, já é o suficiente para a gente acreditar que a democracia vai reinar neste país. As coisas que acontecem no mundo sempre começam com pouca gente, às vezes começam com uma só pessoa”, afirmou Lula. 

Ao falar a respeito da defesa permanente da democracia no Brasil, o presidente Lula disse não saber como alguém pode imaginar que exista melhor forma de governança no mundo do que a democracia.

"A democracia é tão boa que permitiu que um torneiro mecânico sem diploma universitário chegasse à Presidência da República, na primeira alternância de poder concreta neste país. Isso só pode acontecer na democracia, e não em qualquer outro regime", disse. 

O presidente Lula aproveitou seu discurso para fazer uma alusão ao filme "Ainda Estou Aqui", do diretor Walter Salles, e do prêmio recebido pela atriz Fernanda Torres, o Globo de Ouro. "Hoje é dia de dizer em alto e bom som: ainda estamos aqui. Estamos vivos e a democracia está viva, ao contrário do que planejavam os golpistas", disse o presidente.

Antes de Lula, falaram na cerimônia realizada no Palácio do Planalto a deputada Maria do Rosário, o senador Veneziano Vital do Rego, o ministro Edson Fachin e o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski. 

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