A condenação é histórica. Pela primeira vez, torcedores são condenados criminalmente na Espanha por ataques racistas em estádios de futebol. A sentença ainda precisa ser homologada pelo Tribunal de Valladolid, o que deve ocorrer na próxima terça-feira, dia 21 de maio.
Os insultos foram lançados aos 43 minutos do segundo tempo, quando Vini Jr foi substituído e caminhava em direção ao banco de reservas. Foi neste momento que, segundo as gravações de diferentes ângulos e emissoras, os torcedores gritaram "negro de merda" e imitaram sons de macaco, em um ataque com “clara intenção de humilhar e ferir a dignidade do jogador por razões racistas”, conforme descreve o Ministério Público espanhol.
À época do ocorrido, Vinícius Júnior se manifestou duramente nas redes sociais e condenou não apenas o ato, mas a reincidência de ataques racistas na Espanha e a passividade das autoridades e da LaLiga.
Apesar da gravidade do caso, o brasileiro renunciou ao direito de receber indenização financeira, numa escolha simbólica que reforça seu posicionamento: o pedido é por justiça, não por dinheiro. Os réus, por sua vez, assinaram uma declaração reconhecendo a natureza racista do ataque e pedindo desculpas ao atleta.
Em postagem na época, Vini Jr. disse que infelizmente, não era a primeira vez, mas esperava que fosse uma das últimas e que o racismo não pode continuar impune. O caso do Valladolid não foi isolado. Ataques racistas contra o camisa 7 do Real Madrid se repetiram nos últimos anos, incluindo um episódio em fevereiro de 2025, na Copa do Rei, contra a Real Sociedad.