Foto: Reprodução Redes Sociais
O policial federal Wladimir Matos Soares, de 53 anos, natural de Salvador e um dos envolvidos na tentativa de golpe do 8 de janeiro, teve novos áudios revelados em uma perícia da Polícia Federal. Nas gravações divulgadas pelo Jornal Nacional desta quarta-feira (14), o agente baiano aparece mencionando um grupo armado para prender ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Em seguida, o soteropolitano afirma e assume que a equipe ainda estaria disposta a usar força letal, dizendo que iria “matar meio mundo” caso fosse necessário. Em outro momento, Wladimir critica o ex-presidente Jair Bolsonaro, ao indicar que ele "deu para trás" ao não permitir medidas mais drásticas para impedir a posse do presidente eleito naquela época, Luiz Inácio Lula da Silva.
A PF disse que as recentes provas mostram que Soares "foi arregimentado e integrou a organização criminosa que tentou dar um golpe de Estado e abolir violentamente o Estado Democrático de Direito no ano de 2022."
Segundo a PF, o baiano "admitiu, em mensagem de áudio, que integrava uma equipe de operações especiais, que estava pronta para defender o então presidente Jair Bolsonaro, com um poder de fogo elevado para, em suas próprias palavras, 'empurrar quem viesse à frente'."
Em outro áudio, Wladimir diz que ele e sua equipe estavam prontos para prender o ministro Alexandre de Moraes e outros membros do STF, caso Bolsonaro tivesse autorizado.
"A gente tava preparado para isso, inclusive. Para ir prender o Alexandre de Moraes. Eu ia estar na equipe, ia botar para f*** nesse f***, mas não é assim", disse o policial na gravação.
O ex-agente da PF ainda mencionou que a operação só não ocorreu porque Bolsonaro não deu a ordem esperada.
"A gente tava pronto, só que aí o presidente... Esperávamos só o ok do presidente, uma canetada para a gente agir. Só que o presidente deu para trás", afirmou Wladimir.
Em outro trecho, ele disse ainda que iria “matar meio mundo de gente” e que não estaria “nem aí” com as mortes.
"A gente ia com muita vontade, ia empurrar meio mundo de gente, pô, matar meio mundo de gente. Não ia estar nem aí", declarou.
Wladimir foi alvo de denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR). Ele foi denunciado inicialmente por enviar mensagens com informações sobre a segurança de Lula para outros envolvidos no golpe ligados a Bolsonaro. O agente ainda teve alguns objetos apreendidos no dia em que foi preso preventivamente.