https://public-rf-upload.minhawebradio.net/248052/slider/2f10f191e0c1bd2035b8a290b951eed4.jpg
https://public-rf-upload.minhawebradio.net/248052/slider/07a8d7eb44bfd65be354aa42808dde6d.jpg
https://public-rf-upload.minhawebradio.net/248052/slider/af5c0edaa5cd6e160a1efe364e7b8171.png
https://public-rf-upload.minhawebradio.net/248052/slider/d7d616ea701d77ee6e310a4fa848c301.jpg
Exclusivo: Etapas 2, 4 e 5 do Projeto Salitre ficam de fora do Canal do Sertão Baiano, alerta leitor: “Um corte de quase metade de sua área irrigada; entenda
Por Sandro Costa
Publicado em 16/07/2025 17:45
Noticias

Um leitor do Portal Preto no Branco, que preferiu não se identificar, entrou em contato com a nossa redação para fazer um alerta sobre o que considera uma ameaça ao desenvolvimento de Juazeiro, na região Norte da Bahia. Segundo ele, o descarte de importantes etapas do Projeto pode deixar o perímetro de irrigação Salitre, em Juazeiro, na região Norte da Bahia, fora do Canal do Sertão Baiano (CSB).

“Em 2013, a empresa Geohidro entregou à Codevasf o anteprojeto do Canal do Sertão Baiano (CSB), que aproveita estruturas já existentes da 1ª etapa do Projeto Salitre, como canal principal, estações de bombeamento e reservatório. Com a redução da área irrigável do perímetro, a outorga de água do PIS caiu de 42 m³/s para 22 m³/s, dos quais 20 m³/s foram destinados ao Canal do Sertão. Porém, durante uma reunião realizada no último dia 7 de julho, em Salvador, com a presença do superintendente da Codevasf, Sérgio Coelho, e representantes das regiões beneficiadas pelo CSB, ficou definido que as etapas 2ª, 4ª e 5ª não seriam mais contempladas. Ou seja, somente a 3ª etapa, com aproximadamente 5.200 hectares, permaneceria. Ficou acordado também que 30 m³/s seriam destinados para o Canal do Serão Baiano e o Perímetro Irrigado do Salitre ficaria apenas com 12 m³/s. O que aconteceu aqui é que o Projeto Salitre, que inicialmente viabilizou o Canal do Sertão Baiano e tem estudos confirmando sua viabilidade econômica, sofreu um corte de quase metade de sua área irrigada, sem nenhuma justificativa técnica/econômica, somente a vontade política dos representantes das regiões beneficiadas pelo Canal do Sertão Baiano em encher com água do São Francisco seus reservatórios/barragens. Mas não existe um estudo técnico sobre o aproveitamento econômico desta água. No entanto, o Projeto Salitre, que foi objeto de um estudo técnico, foi cortado”, alerta.

Segundo ele, tudo começou a mudar quando a Codevasf contratou um novo consórcio para atualizar os estudos e elaborar um novo projeto básico para o CSB.

“Em 2021, a Codevasf contratou, através de licitação, a empresa Consórcio Techne/Nova Engevix com o objetivo de: ‘Atualização do estudo de viabilidade do PIS, reavaliação da demanda hídrica de todas as etapas do PIS, elaboração do projeto básico do Canal do Sertão Baiano’. Apesar de todas essas atividades, abastecimento humano, dessedentação animal, mineração, piscicultura, revitalização dos perímetros irrigados Jacurici, Ponto Novo e Várzea da Roça, quintais produtivos, irrigação da faixa lindeira, serem contempladas ao longo do CSB, as lideranças destas regiões, por desconhecimento do anteprojeto da Geohidro, solicitaram à direção da Codevasf o enchimento dos reservatórios/barragens que ficam na região de influência do CSB. A direção da Codevasf, por interesse político na região, acatou a solicitação destas lideranças, com o descarte das etapas 2, 4 e 5 do PIS, para aumentar o volume de água destinado a estas regiões, descartando também o estudo que a Geohidro fez”, acrescentou.

Diante desse cenário, ele cobra uma reação das lideranças políticas locais.

“As decisões que impactam o desenvolvimento futuro de Juazeiro estão sendo tomadas à revelia do povo de Juazeiro. Agora, mais do que nunca, as lideranças políticas de Juazeiro precisam fazer alguma coisa. Não deixar isto acontecer seria muito bom para o povo de Juazeiro. Sugiro o engajamento das lideranças de Juazeiro, o prefeito e o vice, os três deputados estaduais e o presidente da Câmara de Vereadores, neste processo, no sentido de solicitar uma audiência com o presidente da Codevasf para, primeiro, conhecer a proposta da Codevasf para o PIS e CSB; em segundo lugar, defender, junto ao governo estadual e federal, se assim achar pertinente, a implantação da 5ª etapa do PIS. A 3ª e 5ª etapas ficam próximas do canal que será construído para levar água para o CSB, portanto, o custo de implantação é menor que o das 2ª e 4ª etapas. Com as lideranças de Juazeiro entrando neste circuito, poderia-se negociar com as lideranças das regiões beneficiadas com o CSB o descarte das 2ª e 4ª etapas do PIS e a permanência das etapas 3ª e 5ª, no modelo de 30% da área para pequenos produtores, 30% para médios e 40% para grandes, como foi feito na 1ª etapa.”, propõe.

O leitor finaliza reforçando ainda a importância da irrigação para o desenvolvimento de Juazeiro.

“A irrigação é a mola propulsora do desenvolvimento econômico de Juazeiro. Nas décadas de 70 e 80, foram implantados os perímetros Mandacaru, Maniçoba, Curaçá e Tourão, que deram um novo dimensionamento ao desenvolvimento de Juazeiro. Em 2005, foi implantada a 1ª etapa do Projeto Salitre, ficando parada a implantação das outras etapas. A única área possível para ampliação da irrigação de Juazeiro é o Salitre. Sem essa ampliação, a expansão da área irrigada ficaria estagnada e, provavelmente, o crescimento econômico de Juazeiro”, concluiu.

O PNB solicitou uma nota de esclarecimento à Codevasf, mas até o fechamento desta matéria, não obtivemos resposta.

Comentários